O ELO MATERNO

O Elo Materno é a Ligação mais profunda e amorosa entre todos os elos existentes. Por isso a dor e a saudade da ausência do(a) Filho(a) que partiu doe e machuca o coração de uma mãe. Este Elo foi quebrado e como emenda-lo?
Quando nossos Filhos se vão, como continuar viver a vida? Quanto tempo precisamos para nos fortalecer? Dor e saudade será que poderemos supera-las? Existem outras pessoas que dependem de nós? O que mudou em nós? São perguntas que precisam de respostas, e só o tempo nos dará...

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domingo, 22 de maio de 2011

PAIS QUE VIVEM EM LUTO, UMA DOR QUE NUNCA TERMINA

O DRAMA DOS PAIS QUE TÊM DE LIDAR COM A PARTIDA VIOLENTA DE SEUS FILHOS, UMA TRAGÉDIA CADA VEZ MAIS COMUM - Era fim de dezembro e faltava menos de uma semana para o Natal. A psicóloga Maria José Amaral se preparava para ir para o trabalho quando a Filha Carolina, de 5 anos, pediu: “Fica comigo hoje, mamãe, não vai embora não!” Paciente, a mãe explicou que precisava trabalhar, mas a menina podia ir com ela ao escritório. Haveria uma festa com Papai Noel para os filhos de funcionários. 
Nos anos anteriores, Carolina havia participado, mas daquela vez se recusou. Preferiu ficar com a avó. Quando voltava para casa, após um dia como tantos outros, Maria José passou por um acidente de trânsito. Viu que havia um corpo no chão e comentou com a amiga ao lado: “Gente, é quase Natal, como vai ficar essa família?” Meia hora depois, com um telefonema do ex-marido, ela saberia a resposta. As vítimas do acidente, atropeladas por um ônibus, eram sua mãe e sua filha. “Foi como se o chão se abrisse debaixo de mim, não há tempo que apague essa sensação”, diz. Maria José voltou ao local do acidente, encontrou apenas o corpo da mãe, e chegou a sentir alívio. Correu para o hospital, fantasiando que a Filha ainda estava viva. Procurou médicos e funcionários em busca de informações, mas eles desconversaram. Até que ouviu de um cirurgião a terrível frase: “Fizemos o que era possível”
A psicóloga saiu dali como um autômato. Cuidou da burocracia do IML e escolheu a roupa do velório da pequenina. Foi só depois do enterro que Maria José acordou para o vazio. Não conseguia estar em casa, diante do quarto da Filha. Ficou duas semanas em casas de amigos. Não conseguia dormir, emagreceu, chorava e repetia o tempo todo que estava sozinha no mundo. Vendeu o carro, pensou em sair do país, mas percebeu que teria de enfrentar a situação. “A gente tem de resolver as coisas internamente. Não adiantaria ir embora e levar os problemas comigo”, diz. Decidiu continuar no mesmo apartamento. A psicóloga trabalhava na recuperação de pessoas atingidas pela violência na Baixada Fluminense. Passou a dar assistência a vítimas do trânsito. Lutou para que o motorista tivesse a carteira cassada, e conseguiu. 

PAIS ENLUTADOS SOMOS UM SÓ - Ela é como nos, e como milhares de pais no Brasil que enfrentam a perda de um Filho - As mortes violentas de crianças e jovens chegam a 53.000 por ano. O assunto, um tabu tão horrível que a maioria das pessoas se recusa até a pensar nele, vem sendo abordado em dois filmes de sucesso. O Quarto do Filho, do italiano Nanni Moretti, fala sobre um terapeuta que perde o primogênito e o esforço da família para se recuperar. O americano Entre Quatro Paredes, indicado para cinco Oscares, mostra pais buscando justiça por um Filho assassinado. Na vida real, porém, não há roteirista para resolver os dramas dos personagens.
O luto de quem perde um Filho é diferente de qualquer outro. Tem o poder de destruir uma família e tornar insuportável o peso de tocar a vida adiante. Carolina, a Filha de Maria José, se foi, mas as bonecas permanecem no quarto da Filha, decorado com retratos na parede. A psicóloga fala dela no presente. Num shopping, quase comprou um par de sandálias de menina antes de se dar conta de que não tinha mais em quem calçá-las. Certa vez comprou uma coleção de CDs infantis com a desculpa de que iria usá-los no trabalho. “Na verdade, eu sabia que eram para minha menina. Ela ia gostar muito daquelas músicas”, conta. 

"Pode faltar de tudo aqui em casa, mas nunca vai faltar flor para meu Filho", diz o jornalista Fausto Camunha, enquanto troca os cravos vermelhos e brancos de um vaso na sala. Ali, na parede há um verdadeiro altar com 18 fotografias do jovem Fausto Eduardo, que morreu num acidente de automóvel em 1997, aos 20 anos. Foi a maneira que o casal encontrou para homenagear o Filho único, que não voltará mais. Após o acidente, Lídia, a mãe, ficou tão chocada que não conseguiu ir ao velório nem ao enterro. Só visitou o túmulo do rapaz um ano e meio depois. Para tocar a vida, até hoje ela toma oito remédios diferentes, entre antidepressivos e calmantes – sem os quais não consegue dormir –, como Lexotan, Lorax, Rohypinol e Rivotril. O casal faz terapia com uma psiquiatra especializada em luto, mas acha que nunca conseguirá se recuperar totalmente. "A vida perdeu o sentido", diz Fausto, que usa no pulso o relógio e a pulseira de ouro que pertenciam ao Filho. Lídia sonha com o rapaz quase todas as noites. "Sinto como se ele pudesse voltar a qualquer hora", diz Lídia. Fausto não toma medicamentos nem sonha, mas visita o túmulo do Filho todo mês e lembra dele constantemente. "Em situações como essa, quem fica tem a sensação de que não pode ser feliz nunca mais, porque seria desleal com o Filho que se foi", diz a psiquiatra Marluce de Souza Pedro, que atende a família Camunha.

Para qualquer pai, os Filhos são a continuação de sua história. “A criança sai do ventre da mãe para ficar no mundo depois que ela se for”, diz a antropóloga Renate Viertler, da Universidade de São Paulo (USP). Os pais escolhem seus carros, o lugar onde vão morar e, em muitos casos, até mesmo os empregos em função dos Filhos. Perdê-los equivale a decretar o fracasso de tudo aquilo pelo qual se viveu. “A primeira coisa que se pensa é: nunca mais terei alegria na vida”, diz o psicanalista Renato Mezan. “Com um Filho, morre também a esperança de imortalidade, que é um desejo primitivo e fundamental.” É bom saber que existem profissionais.

Nessa situação, muitos emudecem - O publicitário Paulo Giovanni, dono da agência Giovanni FCB, uma das maiores do país, perdeu seus dois Filhos, de 21 e 15 anos, no início do mês, num acidente de automóvel. A família sofreu tanto que, aos amigos que ligavam para dar os pêsames, pedia simplesmente que não fossem ao funeral. Giovanni passou uma semana trancado em seu apartamento. O mesmo se passou com o administrador de empresas Rodrigo Vilaça, pai da menina Vytória, de 6 anos, que morreu num acidente com um elevador num shopping de São Paulo. A pequena era Filha única, nascida depois que a mãe passou por cinco anos de tratamento para engravidar. A recuperação só ocorre aos poucos. “A experiência do luto vem da infância”, explica a psiquiatra Marluce de Souza Pedro, especialista no assunto. O bebê, por volta dos 6 meses, se dá conta pela primeira vez que a mãe não está ali com ele, e acha que ela não voltará mais. É seu primeiro luto. A perda de um parente sempre traz de volta a angústia da criança sozinha no mundo, a vontade de se encolher, enfiar-se num buraco na terra e jamais sair dali. Quando a pessoa desaparecida é um pai ou uma mãe, o choque é de certa maneira esperado. Quando a perda é de um Filho, porém, a cicatrização parece impossível. “O tempo só piora, a dor nunca acaba. Cada dia é mais um dia sem ele. A sensação do ‘nunca’ é a pior que se pode sentir”, conta Lucinha Araujo, mãe do roqueiro Cazuza, morto em 1990. 

Carteira num dia, morte no outroRafael Bezerra da Fonseca acabara de fazer 18 anos e, no ritual típico de todo jovem de classe média, correu para tirar sua carteira de motorista. Assim que a habilitação chegou, 15 dias depois do aniversário, veio com ela o presente – um carro novo. Naquele fim de semana, Rafael morreu. O rapaz foi ao aniversário de uma amiga, num sítio perto de São Paulo, e quando voltava pela Rodovia Castelo Branco o automóvel capotou a 110 quilômetros por hora. Os dois amigos que viajavam com ele sobreviveram. No velório, seu pai só conseguia repetir uma frase: "Eu dei o carro que matou meu Filho". A mãe, Luci Meire Fonseca, mandou fechar o caixão porque não conseguia olhar para o corpo. Pensava tanto em morrer que começou a escrever cartas para o Filho falecido. Depois de quatro meses, dizia numa delas: "Amanhã serão 120 dias a menos para nos encontrarmos." Buscou consolo na religião e acabou transformando as cartas numa forma de terapia. Lançou um livro com elas, Nosso Amor É Imortal, e nele relembra toda a história de Rafael, desde a gravidez. "Não existem culpados, existem porquês. Existe somente uma vida em crescimento, em aprendizado, que chega ao fim aqui na terra", escreveu.

O ritmo de vida de nossa sociedade torna quase impossível lidar com a perda de uma pessoa da família. “A recuperação leva muito tempo, e simplesmente ninguém tem tempo”, diz a antropóloga Renate Viertler. Antigamente, as pessoas que entravam em luto passavam meses e meses afastadas do convívio social, e um tempo considerável longe do trabalho. Quando saíam à rua, vestidas de preto, deixavam claro seu estado de espírito. “Hoje todos têm de voltar rapidamente à vida produtiva. É um tal de dizer ‘não chora, passa logo por cima, vai em frente’”, diz Renate. Exige-se que as pessoas enlutadas cumpram regras, horários e cargas de trabalho que não têm condições de suportar. “É comum que os casais se separem, porque um passa a pôr a culpa no outro. Um culpado ajuda a aliviar a dor”, diz a psiquiatra Marluce Pedro.

Ao perder uma criança, não há pai que não ache que poderia ter feito algo para evitar a tragédia. Em geral, porém, isso é apenas uma ilusão. No fim de fevereiro, a pequena Kimberly Zaballa Bustios, de 7 anos, pulava amarelinha no quintal de seu prédio, num bairro de classe média de São Paulo, quando o muro que separa o condomínio do colégio vizinho desabou sobre ela. A menina morreu antes de chegar ao hospital. “Tentamos proteger os Filhos de todas as formas e, de repente, os perdemos dentro de casa”, desespera-se o pai, Vicente Zaballa, de 52 anos. Para enfrentar a dor, ele e a mulher, Jorgelina, repetem que precisam cuidar dos outros três Filhos. 

O desespero da morte anunciada Em 1995 a pequena Rebeca Peliz, de 2 anos, entrou numa sala de cirurgia em Brasília para extrair do cérebro um tumor maligno do tamanho de um limão. Ela estava desenganada, mas a operação era necessária para reduzir a pressão craniana. A menina saiu da sala consciente, mas de olhos fechados. "Ela nunca mais os abriu. Nunca mais vi os olhos da minha Filha", conta a mãe, Ilda. "Eu perguntava se estava doendo e ela respondia 'tá', batendo a mãozinha na cabeça." Rebeca morreu em casa, dois meses depois. A agonia da caçula arrasou a família. As duas filhas mais velhas repetiram de ano, e uma chegou a acusar a mãe de não se preocupar mais com ela. O sofrimento era tanto que uma vez, no hospital, os pais souberam que uma criança havia morrido e torceram para que fosse Rebeca. "Levei quatro anos para abrir o armário de minha Filha", conta Ilda. Hoje ela trabalha numa instituição que ajuda crianças com câncer.

As famílias de nosso tempo têm uma intimidade maior que as do passado, o que faz com que a carga de emoção depositada sobre cada Filho aumente. Tempos atrás era diferente. Crianças não se sentavam à mesa com os adultos e Filhos só podiam se dirigir aos pais chamando-os de senhor ou senhora. Durante muito tempo os herdeiros, principalmente nas comunidades rurais, eram vistos como mão-de-obra. Valia a pena ter uma família numerosa, porque assim haveria mais braços para a lavoura. O historiador francês Philippe Ariès conta que, até o final da Idade Média, não se guardavam sequer os retratos das crianças. Se elas cresciam e se tornavam adultas, a infância era um período sem importância em suas vidas. Se morriam cedo, “não se considerava que aquela coisinha desaparecida fosse digna de lembrança”, diz no livro História Social da Criança e da Família. No século XVI, o filósofo francês Montaigne julgava mais sofrido despedir-se de Filhos adultos que dos menores: “Perdi dois ou três Filhos pequenos, não sem tristeza, mas sem desespero”, escreveu. Em função de pestes, epidemias e doenças que ninguém sabia como tratar, a morte dos pequeninos era tão comum que as pessoas achavam normal ter vários Filhos para que só alguns sobrevivessem. O mundo se desenvolveu, a mortalidade infantil reduziu-se. Com menos perdas, as famílias passaram a ter menos descendentes. Menos pessoas sob um mesmo teto se tornam mais próximas. A falta de alguém à mesa no domingo parece um peso insuportável. 

O último telefonema - O cirurgião plástico Wagner de Moares estava numa festa em  Friburgo, no Rio de Janeiro, quando o telefone celular tocou à 1h15 da madrugada. Ele viu no visor do aparelho o número da Filha e atendeu - mas ninguém falou. Do outro lado da linha, ouvia-se apenas o barulho do trânsito. Antes que ele conseguisse retornar a ligação, o telefone voltou a tocar. Dessa vez, ouviu uma voz desconhecida. Era um PM. "Doutor, infelizmente sua Filha acaba de ser assassinada." Michelle, de 22 anos, foi baleada dentro do carro por uma assaltante. A primeira ligação havia sido feita pela moça, ferida, que ainda tentou fugir e pedir socorro. "Em seu momento de maior dor, foi a mim que ela procurou e não pude fazer nada", lamenta Moraes. "Morri junto com ela." Para exorcizar a perda da Filha única, o cirurgião fundou uma ONG dedicada à recuperação de drogados – a assassina, hoje presa, era uma viciada em cocaína que atirou porque estava fora de controle. Em homenagem à memória de Michelle, ele escreveu um livro e chegou a patrocinar um curta-metragem, dirigido pelo cineasta Neville D'Almeida e estrelado pela atriz Juliana Paes.

MÃES E PAIS FAMOSOS QUE PERDERAM SEUS FILHOS PREMATURAMENTE: 
Cissa Guimarães: O músico Rafael Mascarenhas, Filho caçula da atriz, morreu atropelado no dia 20 de julho de 2010, aos 18 anos. O jovem andava de skate em um túnel interditado no Rio de Janeiro, quando foi atingido por um veículo que furou o bloqueio da via. Rafael era filho de Cissa com o músico Raul Mascarenhas.
Christiane Torloni: Em 1991, a atriz estava manobrando uma caminhonete na garagem de casa, quando o carro perdeu o controle e caiu em uma ribanceira de 4 metros de altura. No acidente, seu Filho Guilherme, fruto do casamento com o diretor Dênis Carvalho, sofreu traumatismo craniano e acabou morrendo. Para superar o trauma, Christiane e o irmão gêmeo do menino, Leonardo, se mudaram para Portugal.
Elza Soares: A cantora teve com o jogador de futebol Garrincha um menino, Manuel Garrincha dos Santos Júnior. O garoto morreu em 1986 em um acidente de carro.
Eric Clapton: O Filho do músico com a atriz Lori Del Santo morreu aos 4 anos. Conor caiu do 53º andar de um prédio em 20 de março de 1991. A música "Tears in Heaven" foi composta por Clapton após a morte do menino.
Gilberto Gil: Em 1990, Pedro Gil, Filho do cantor com Belina Aguiar, morreu em um acidente de carro. O rapaz tocava bateria na banda Ego Trip.
Glória Perez: O Brasil todo acompanhou o julgamento em 1992 de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, responsáveis pelo assassinato de Daniela Perez. A atriz era Filha da dramaturga Glória Perez. Na época em que foi morta, aliás, ela estava encenando a novela "De Corpo e Alma", assinada por sua mãe.
John Travolta: Em dezembro de 2008, Jett Travolta, de 16 anos, morreu depois de uma convulsão. A família passava o final do ano nas Bahamas, e encontrou o garoto inconsciente no banheiro do resort Old Bahama Bay. Jett já tinha histórico de convulsões. Quando criança, foi diagnosticado com uma doença chamada Kawasaki, que leva à inflamação de artérias.
Mike Tyson: Exodus Tyson foi declarada morta em 26 de maio de 2009, às 11h45, após um dia de internação. A menina de 4 anos foi encontrada com o pescoço enrolado em um cabo de uma esteira, na casa da família, em Phoenix, pelo irmão Miguel, de 7 anos.
Nelson Mandela: O líder sul-africano veio a público em maio de 2005 comunicar que seu Filho Makgatho Mandela havia morrido de Aids. O rapaz chegou a ficar um mês internado em Johannesburgo, capital da África do Sul.
Tássia Camargo: A atriz perdeu a Filha de 2 anos, Maria Júlia, em 1996. A menina foi vítima de rubéola congênita tardia.
Ana Rosa: A atriz perdeu seu primeiro Filho, Maurício, do seu relacionamento com o humorista Dede Santana, com apenas 1 ano de idade vitima de leucemia. Anos mais tarde passou pelo mesmo sofrimento com a morte de sua Filha Ana Luísa.
Edson Trindade: Perdeu sua Filha de 15 anos de idade num acidente de carro, não tem muito relato sobre o assunto, ele é o autor da música cantada por Tim Maia "Gostava tanto de você", compôs esta música para homenagear a sua Filha. 
Nessas situações, o consolo sempre foi encarar a tragédia como vontade de Deus. Diante de uma determinação superior, restava apenas se conformar. Mas hoje até as pessoas mais fiéis, em caso de doença ou acidente, depositam suas esperanças nos médicos e nos hospitais. “Houve uma substituição da função religiosa pela medicina. Por isso, a morte é vista como um fracasso, e não como um fato natural”, explica a psicóloga Maria Júlia Kovács, da USP. Embora a maioria das pessoas se considere religiosa, enxerga o mundo com olhar científico, quase materialista. Não se acredita em encantamento, duvida-se de milagres. Isso torna a vida mais cruel. “Quanto menos se pensa de forma religiosa, mais absurda parece a morte”, diz o psicanalista Renato Mezan. Num mundo material, morrer é acabar, e pronto, algo muito mais chocante que pensar numa pessoa querida a caminho do Céu. Todas as religiões pregam que os mortos não se extinguem, mas mudam para um plano superior da existência.

Em busca de alento, a atriz Nair Bello procurou o médium Chico Xavier em 1977 para tentar fazer contato com o Filho Manoel, morto em um acidente de carro. Recebeu uma carta psicografada, em que ele se dizia feliz em ver que a família enfrentava a tragédia com bravura. A carta ajudou Nair a erguer a cabeça novamente. “Estava tão abalada que ia à igreja e só pedia para voltar a rir outra vez”, recorda.

William, cujo Filho de 18 anos morreu afogado dez anos atrás, escreve: “Ainda sinto a dor dessa perda, e vou senti-la enquanto viver.” Lucy, cinco anos depois que seu Filho morreu de uma doença súbita, escreveu: “Nos primeiros dias, eu não parava de pensar: ‘Isso não pode ser verdade.’ Parecia que eu estava tendo um pesadelo e que logo acordaria. Depois de algum tempo, comecei a me dar conta de que era verdade, que ele não voltaria mais para casa. Meu Filho morreu há cinco anos, mas, às vezes, quando estou sozinha, ainda choro.”

FORÇAS PARA CUIDAR DOS QUE FICAMA família Frateschi seguia de Parati para São Paulo na volta do Carnaval. Como a família é grande, a viagem era feita em dois carros. Repentinamente, o automóvel dirigido pela mãe, Iolanda, saiu da pista e capotou várias vezes. Ela e a Filha mais velha sofreram ferimentos leves, mas o pequeno Pedro, de 7 anos, e a caçula Beatriz, de 6, foram arremessados para fora do carro. O pai e os outros Filhos, que viajavam mais à frente, atravessaram a pista correndo para socorrer os feridos. Pedro não resistiu aos ferimentos. Beatriz entrou em coma, passou quatro semanas no hospital e se recupera em casa. "Sepultar meu bichinho foi um pavor, uma coisa sem lógica", desabafa o pai, Paulo Frateschi, presidente do PT paulista. Para superar a dor, a família se uniu em torno da recuperação da Filha. "Por mais contraditório que pareça, o que aconteceu com a Bia acabou nos ajudando a enfrentar a dor da perda do Pedrinho", acrescenta. "Não podemos nos entregar porque temos um objetivo, que é curá-la." Na casa, as lembranças de Pedro ainda estão por toda parte, do quarto aos bilhetinhos de amor à mãe espalhados pelos cantos. "Tenho certeza de que precisaremos de ajuda profissional para enfrentar essa dor."
A MORTE CHEGA PARA TODOS - Até 60 anos atrás, morrer antes da velhice era comum. Os antibióticos ainda não eram difundidos e doenças hoje curáveis eram fatais. Jovens eram consumidos por varíola, tuberculose ou tifo. Crianças eram levadas pela caxumba e pelo tétano. Com o progresso da medicina, a expectativa de vida aumentou, e hoje morrer antes dos 60 parece inconcebível. O que tem seus efeitos colaterais. “Nosso mundo se recusa a pensar na morte”, considera a antropóloga Renate Viertler. “A sociedade prega o ideal da eterna juventude e se apóia nos avanços da medicina para dar a ilusão de que o fim nunca chegará.” 

MAS TRAGÉDIAS ACONTECEM - No lugar das doenças, é a violência que hoje leva os jovens. As estatísticas mostram que, nas mortes entre os 10 e os 29 anos de idade, 70% são provocadas pelas chamadas “causas externas”, ou seja, fatores que não têm nada a ver com a saúde da vítima. Em primeiro lugar vêm os homicídios, que cresceram 109% em 18 anos. Em geral são brigas de fim de semana, resolvidas à bala, à faca, em tragédias cujas origens a própria polícia tem dificuldade para resolver. Depois, os acidentes de trânsito. Em seguida as mortes provocadas por substâncias químicas – categoria que engloba os envenenamentos e as overdoses de drogas. “O trauma desses casos é muito maior, porque não há tempo para a despedida. Quando alguém sofre de uma doença grave, as pessoas próximas têm tempo de se preparar para o pior. Uma das coisas que mais perturbam quem fica é a falta de uma despedida”, explica a psicóloga Maria Júlia Kovács. Foi o que ocorreu com o economista André Leal, de Brasília. Eram 3 horas da manhã quando ele recebeu uma ligação de um hospital avisando que seu Filho João Cláudio, de 20 anos, estava morto. Ele havia sido espancado numa briga na saída de uma boate. “É como se ele tivesse morrido hoje”, diz a mãe do rapaz, Silvana. Um filme, uma música ou uma situação são suficientes para deflagrar uma crise. Recentemente, a família foi a um casamento. Na cerimônia, tocou a música preferida de João Cláudio. “Chorei tanto que tive de sair”, diz Silvana. "Meu Filho salvou minha vida"

A perda de uma criança pode simplesmente destruir uma família. Foi o que aconteceu em 1998 quando Maxwell Oliveira da Silva, de 12 anos, foi atropelado na frente de sua casa, em São Paulo. O pai, o entregador Benedito da Silva Filho, atravessou a Rodovia dos Bandeirantes com o garoto nos braços, praticamente se jogando na frente dos carros "para ver se morria junto com ele". Em quatro meses a mãe, Delma, entrou em depressão, deixou de se alimentar, ficou doente e morreu. Benedito, antes uma pessoa tranquila e ponderada, ficou fora de si. Quinze dias após a morte da esposa, brigou no trabalho e foi demitido. Passou dois anos sem conseguir emprego fixo. Sentia que a vida não fazia mais sentido. "Quem me salvou foi meu outro filho, Brian", diz, abraçando o caçula, de 8 anos. "Não fizemos terapia nem procuramos ajuda em religião. Simplesmente nos agarramos um ao outro." No ano passado, Benedito conheceu uma jovem viúva. Já arranjou um emprego e agora pensa em casar e criar uma nova família.

SEGUNDO OS PSICÓLOGOS - As famílias grandes, numerosas e estáveis de antigamente garantiam uma base mais sólida para quem precisava se recuperar de uma perda dolorosa. Com o aumento dos divórcios, a maioria das pessoas reparte seu cotidiano com um grupo cada vez menor de pessoas. Há menos apoio para suportar um baque. “Vive-se longe dos parentes, labutando na vida profissional. No passado a estrutura familiar era mais protetora”, diz Renate Viertler. Os especialistas consideram que procurar grupos de ajuda pode ser útil. Mas, em geral, há uma única receita para sobreviver à fatalidade: aproximar-se dos que vivem, e enfrentar a vida pensando neles. “Ainda me lembro do Leonardo dando tchauzinho no portão. É a última imagem que tenho dele”, diz a cantora Wanderléa, que perdeu seu Filho de apenas 2 anos em 1984. O garoto andava de triciclo quando caiu na piscina e morreu. Leonardo tinha o hábito de acordar todos os dias e levar o urso de pelúcia com o qual dormia para a cama da mãe. Por causa da confusão do acidente, o brinquedo foi esquecido lá. Quando acordou depois do enterro, a primeira coisa que Wanderléa viu foi o ursinho. ”Pensei que não resistiria, meu marido pensou em se matar, achei que nunca mais teria um Filho”, lembra. Seis meses depois, viu que estava errada. O quarto de Leonardo, até então arrumado, ganhou nova mobília para outro bebê. Com duas Filhas adolescentes, Wanderléa superou a perda, mas nunca vai esquecê-la. “Léo era um anjo que ficou comigo algum tempo, mas eu tive de devolver a Deus.” 

COMO ENFRENTAR A DOR O que os especialistas recomendam. Procurar orientação médica: auxílio profissional é imprescindível no processo de aceitação da perda. O gesto de falar sobre a dor com alguém de fora da família é benéfico, serve como uma espécie de ritual para aliviar o sofrimento. Manter a rotina: as atividades do cotidiano – escola, trabalho, convívio social – não devem ser paralisadas. Isso só aumenta a sensação de que a vida acabou junto com a do(a) Filho(a).
Enfrentar a dor: falar sobre a tragédia, ver fotografias e chorar sempre que tiver vontade ajuda. O luto é elaborado na medida em que se entra em contato com a dor. Evitar a culpa: quem se acha culpado julga também que poderia ter evitado a tragédia – o que é uma fantasia de onipotência. Esse pensamento impede que se viva a realidade da perda. A culpa é, em certa medida, uma forma de fugir da dor. Tirar lições da morte: por mais dolorosos que sejam, todos os fatos da vida trazem alguma lição. Segundo os terapeutas, quem deixa de tirar lições da dor vai reviver a sensação de perda constantemente.
Encontrar uma válvula de escape: cada pessoa deve achar seu caminho. Para uns é a religião, para outros é assumir uma causa ou dedicar-se às artes. O importante é não ficar paralisado pela dor. Falar a verdade: não esconder as circunstâncias ou causas da morte, independentemente de tabus e preconceitos. Quando isso não acontece, as pessoas correm o risco de repetir a história e entrar numa ciranda de perdas sucessivas.
Republicação - Fonte: Instituto de Psiquiatria e Psicoterapia da Infância e Adolescência de São Paulo.

POR QUE TANTA TRISTEZA - Quando um bebê nasce, os Pais sentem emoções que não existem em nenhum outro relacionamento humano. Apenas segurar o bebezinho, observá-lo dormir ou ver seu sorriso largo dá a eles muita felicidade e alegria. Pais amorosos cuidam bem de seus Filhos. Eles os treinam para se comportarem bem e serem educados: "Pois vocês sabem que tratamos cada um como um Pai trata seus Filhos" - 1 Tessalonicenses 2: 11.
À medida que os Filhos correspondem a esses esforços e se desenvolvem, os pais sentem-se orgulhosos e começam a fazer muitos planos para eles. Pais que se preocupam com os Filhos trabalham muito para cuidar das necessidades deles. Talvez reservem regularmente dinheiro ou bens materiais para ajudá-los a iniciar sua própria família no futuro: "...além disso, os filhos não devem ajuntar riquezas para os pais, mas os pais para os seus filhos" - 2º Corintios 12:14b.   
Esse enorme custo em termos de sentimento, tempo, esforço e dinheiro deixa claro que os pais criam seus Filhos para viver uma vida e não para partir prematuramente. 
Quando um Filho parti, os planos que os pais tinham para ele também se vão, e o trabalho de criá-lo fica incompleto. O amor e a afeição que fluem dos pais para o Filho são bloqueados pela barreira intransponível da partida. O lugar que o Filho ou a Filha ocupavam no seu coração agora está vazio. Os pais sentem uma profunda tristeza que não é facilmente superada e nem tão pouco entendida.
A BÍBLIA CONFIRMA - Que pais enlutados sentem uma dor intensa e persistente. Descrevendo o que aconteceu quando o patriarca Jacó recebeu a notícia da morte de seu Filho José, a Bíblia diz: Jacó rasgou as suas capas e pôs serapilheira em volta dos quadris, e pranteou muitos dias pelo seu Filho. E todos os seus Filhos e todas as suas Filhas se levantavam para consolá-lo, mas ele se negava a ser consolado e dizia: ‘Pois descerei pranteando para meu Filho ao Seol ou, à sepultura! Anos depois, Jacó ainda sentia pesar por seu Filho, a quem presumia estar morto  - Gênesis 37:34, 35; 42:36-3.
Também relata o fato de uma mulher fiel chamada Noemi, que perdeu dois Filhos na morte. Muito entristecida, ela quis mudar seu nome de Noemi, que significa “Minha Agradabilidade”, para Mara, que significa “Amarga”  - Rute 1:3-5, 20, 21.  

A Bíblia vai além de reconhecer a dor que os pais sentem. Ela mostra também como Deus dá força aos pesarosos. 
O escritor bíblico Paulo descreveu que: “o Deus que provê perseverança e consolo”  - Romanos 15:5
Visto que a Bíblia garante que Deus não muda com o passar do tempo, podemos ter certeza de que ele ainda consola os que o servem: "Toda a  boa a dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há sombra de variação" - Tiago 1:17.
A Bíblia revela que Deus consola os enlutados de várias maneiras. Quais são algumas delas? Deus dá força aos que oram a Ele em busca de ajuda. Ele também induz os cristãos verdadeiros a consolar seus irmãos na fé. E, na sua Palavra, a Bíblia, Deus provê relatos animadores que fortalecem especialmente os que estão pesarosos por causa da partida de um(a) Filho(a).
"O PRÓPRIO DEUS OUVIU" O Rei Davi escreveu sobre nosso Criador, Deus: “Confiai nele em todos os tempos, ó povo. Derramai vosso coração diante d'Ele, Deus é um refúgio para nós” -  Salmo 62:8. Por que Davi tinha tanta confiança em Deus? Falando sobre si mesmo, Davi escreveu: “Este atribulado chamou e o próprio Deus ouviu. E salvou-o de todas as suas aflições” - Salmo 34:6. Em todas as situações aflitivas pelas quais Davi passou, ele sempre orou a Deus pedindo ajuda, e Deus sempre o ajudou. Davi sabia por experiência própria que Deus o apoiaria e o ajudaria a perseverar.
Pais pesarosos precisam saber que Deus os ajudará a suportar a tristeza profunda, assim como fez com Davi. Eles podem se aproximar do grande “Ouvinte de oração”, confiando que Ele os ajudará: "Ó Tu que ouves a oração, a Ti virão todos os homens" - Salmos 65:02.
William, citado no artigo anterior, disse: “Muitas vezes, acho que não vou aguentar viver nem mais um instante sem meu Filho, e peço a Deus que me dê alívio. Ele sempre me dá forças e coragem para continuar vivendo.” 
De forma similar, se você orar com fé a Deus, o grandioso Deus, Ele o sustentará. Afinal,  Deus promete aos que se esforçam em servi-lo: Eu, o Senhor teu Deus, agarro a tua direita, Aquele que te diz: Não tenhas medo. Eu mesmo te ajudarei”- Isaías 41:13.

APOIO DOS VERDADEIROS AMIGOS - Os enlutados por causa da partida inesperada de um(a) Filho(a) geralmente precisam de tempo a sós para chorar e pôr em ordem seus sentimentos. No entanto, não seria bom para eles evitar a companhia de outros por um período prolongado: "Quem se isola busca interesses egoístas e se rebela contra a sensatez" - Provérbios 18:1, “quem se isola” pode se prejudicar, fazendo mal a si próprio devido a amargura de alma e o estado de tristeza profundo.
Portanto, os pais pesarosos devem tomar cuidado para não cair na armadilha do isolamento. Amigos tementes a Deus podem ajudar muito os que estão angustiados diz: “O verdadeiro companheiro está amando todo o tempo e é um irmão nascido para quando há aflição” - Provérbios 17:17.
Lucy, também mencionada no artigo anterior, recebeu consolo de verdadeiros amigos depois da partida do seu Filho. Ela disse sobre seus amigos na congregação: “Suas visitas ajudaram muito, embora às vezes eles falassem bem pouco. Uma amiga me visitava nos dias em que eu estava sozinha. Ela sabia que eu estaria em casa chorando, e muitas vezes vinha e chorava comigo. Outra me ligava todos os dias para me animar. Ainda outros nos convidavam para tomar refeições em sua casa, e continuam fazendo isso.”
Embora a profunda dor que os Pais sentem quando perdem um(a) Filho(a) não seja superada facilmente, a oração a Deus e a companhia de verdadeiros amigos cristãos serão de real consolo aos pais pesarosos. Muitos Pais que perderam um(a) Filho(a) sentem por experiência própria que Deus está com eles. De fato, Deus “está sarando os quebrantados de coração e está fazendo curativo em seus pontos doloridos” - Salmo 147:3.

RELATOS BÍBLICOS QUE DÃO CONSOLO - Além da oração e da associação edificante, a Palavra escrita de Deus é uma fonte de consolo aos que pranteiam. Relatos bíblicos revelam que Jesus tem profundo desejo e capacidade de acabar com a dor dos pais enlutados por trazer os mortos de volta à vida. Esses relatos dão verdadeiro consolo aos pesarosos. Vejamos dois deles.
1Jesus viu em Naim um grupo de pessoas acompanhando um enterro. Estavam prestes a sepultar o Filho único de uma viúva. Em Lucas 7: 13 diz: “Avistando-a o Senhor, teve pena dela e disse-lhe: "Pára de chorar". Poucas pessoas ousariam dizer a uma mãe que parasse de chorar no enterro do filho. 
Por que Jesus disse isso? Porque ele sabia que a tristeza dessa mãe logo acabaria. Jesus se aproximou e tocou no esquife, e os portadores ficaram parados, e ele disse: ‘Jovem, eu te digo: Levanta-te!’ E o morto sentou-se e principiou a falar, e ele o entregou à sua mãe Lucas 7:14, 15, nesse momento, a mãe deve ter chorado novamente, mas desta vez de alegria.
2- Um homem chamado Jairo se aproximou de Jesus e pediu-lhe que ajudasse sua Filha de 12 anos, que estava muito doente. Logo em seguida, chegou a notícia de que a menina havia morrido. Isso partiu o coração de Jairo, mas Jesus lhe disse: “Não temas, apenas exerce fé.” Na casa da família, Jesus aproximou-se da menina morta e, segurando sua mão, disse: “Donzela, digo-te: Levanta-te!” O que aconteceu? “A donzela levantou-se imediatamente e começou a andar.” Qual foi a reação dos pais? “Eles ficaram . . . fora de si com grande êxtase.” Ao abraçarem a Filha, Jairo e sua esposa sentiram-se extremamente felizes. Tudo aquilo parecia um sonho Marcos 5:22-24, 35-43.
Esses e outros relatos bíblicos detalhados sobre a ressurreição de Filhos mostram aos pais pesarosos hoje o que podem esperar no futuro. Jesus disse: “Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão” João 5:28, 29.  O propósito de Deus é que seu Filho dê vida aos que partiram. Incontáveis milhões de Filhos que partiram “ouvirão a sua voz “ quando ele lhes disser: ‘Levantem-se!’ Esses jovens voltarão a andar e a falar. Seus pais ficarão “fora de si com grande êxtase”, assim como se deu com Jairo e sua esposa.
Qual será o resultado imediato se você ‘buscar a Deus’? Receberá força por meio da oração a Deus, se sentirá consolado pela preocupação amorosa de verdadeiros companheiros cristãos e ficará animado por estudar a Palavra de Deus. Além disso, no futuro próximo, verá pessoalmente as obras maravilhosas e os milagres que Deus vai realizar para o seu benefício eterno e para o benefício do Filho que partiu prematuramente da sua vida. 
Deus pode transformar sua tristeza em alegria por meio da ressurreição. Para se beneficiar dessa gloriosa perspectiva, obedeça ao conselho do salmista: “Buscai a Deus e a sua força. Procurai a sua face constantemente. Lembrai-vos das suas obras maravilhosas que realizou, dos seus milagres” - Salmo 105:04-05Portanto, sirva o Deus verdadeiro, e adore-o de modo aceitável.
                                   
SERÁ QUE OS NOSSOS FILHOS SE TORNARAM ANJOS DE DEUS?Os nossos amigos tentam nos consolar, dizendo: “Deus precisava de anjos no céu"Isso faz sentido para você? Será que é verdade que Deus causou a partida do nosso(a) Filho ou Filha, porque precisa de mais anjos no céu? Isso significaria que Deus é insensível, até mesmo cruel. Por causa da lenda religiosa que ouvimos "que se os nossos filhos foram jovens e antes de nós, é porque eles são anjos de Deus"

A Bíblia diz o contrário disso: "Pelo que vós, homens sensatos, escutai-me: longe de Deus o praticar a perversidade, e do Todo Poderoso cometer injustiça" - Jó 34:10, um Pai compassivo não tiraria um(a) Filho(a) de seus Pais só para aumentar sua própria família. 
No entanto, nenhum pai humano tem mais compaixão do que Deus, cuja qualidade predominante é o Amor: "Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é AMOR" - 1ª João 4:08. Seu grande amor nunca permitiria que Ele agisse de forma tão cruel para com seus próprios Filhos.
PERGUNTA-SE: "Deus precisa de mais anjos no céu?"A Bíblia diz que todas as ações de Deus são boas e perfeitas: "Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há n'Ele injustiça; justo e reto é" - Deuteronômio 32:4. Seu trabalho de criar diretamente milhões de anjos foi perfeito, e não havia carência deles: "De diante d'Ele, saía um rio d fogo. Milhares e milhares de anjos os serviam, milhões e milhões estavam diante d'Ele..." - Daniel 7:10. Será que Deus de alguma forma calculou mal o número de anjos que precisava? Impossível! Com certeza, o Deus Todo-Poderoso nunca cometeria um erro desses. 
Deus não precisa dos nossos Filhos como "Anjos Celestiais", isso não está em harmonia com o Seu propósito original. No jardim do Éden, Deus disse a Adão e Eva: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a" - Gênesis 1:28. Os Filhos são um presente de Deus, essenciais para o cumprimento de seu propósito original de encher a Terra com uma família humana justa. Nunca fez parte de seu propósito que os nossos Filhos partissem e então fossem transformados em Anjos. A Bíblia afirma que os Filhos são “..uma herança da parte de Deus”  -Salmo 127:3. Será que o Deus de Amor, pegaria de volta um presente que deu aos Pais? Claro que não!
A partida dos nossos Filhos nos causa grande tristeza, dor e sofrimento. Então, que esperança os Pais Enlutados podem ter? A Bíblia promete que Deus vai ressuscitar incontáveis milhões de pessoas: "Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz, e sairão; os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados" - João 5:28-29. 
Imagine os nossos Filhos — com corpos celestiais, perfeitos e saudáveis — reencontrando seus parentes queridos. É da vontade de Deus que os nosso Filhos cresçam, usufruam a vida e aprendam sobre Ele e seus propósitos para os homens. Assim sendo, nossos Filhos que partiram não são anjos no céu, mas estão desfrutando da Vida Eterna, nossos Filhos são seres espirituais que vive na presença do nosso Deus. Assim como nós eles também aguardam o Grande Reencontro, eles não conhecem a dor, a tristeza e nem a saudade devido a intensidade e a profundidade do Amor de Deus que opera na Região Celestial.
Nossos Filhos vieram, viveram e partiram no tempo determinado por Deus, um tempo desconhecidos por nós, por acharmos que os Filhos devem sepultar seus Pais, mas tudo tem o seu tempo: "Tudo tem o seu tempo determinado, é há para todos os propósitos debaixo do céu..."  Eclesiastes 3:01 e mais (2-13). E ainda que não entendemos tudo faz parte dos seus propósitos para com seus Filhos, para voltar a Ele, é necessário que haja o desligamento sobre as coisas da terra: "E o pó (corpo) volte à terra, como o era, e o espírito volte para Deus, que o deu" - Eclesiastes 12:07
Nossos Filho, eles estão envolvidos no Amor e na Graça de Deus, estão protegidos de todos os sentimentos carnais, estes sentimentos não existem, o céu não é lugar de dor e nem de sofrimento. Eles vivem em harmonia com Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. A distância e o tempo não permitirá que os vejamos, que os tocamos, mais em tempo algum nos impedirá de ama-los eternamente, pois só o Amor é sólido, é o sentimento mais Eterno que prevalece no espirito do homem que habita no céu ou na terra.

MEU DESEJO AOS PAIS ENLUTADOS - Sei que eu não posso acabar com o teu desgosto e ansiedade... posso e desejo comunicar contigo para juntos procurarmos o melhor caminho para a tua serenidade. Sei que eu não posso apagar a tua mágoa e a dor... se não está na minha mão o teu futuro de paz... posso e desejo, se tu quiseres, ser um porto de abrigo.
Sei que eu não posso impedir que vivas triste... desejo oferecer-te a minha mão para te ajudar a levantar. Dar-te o meu apoio e encorajar-te a prosseguir. 
Sei que eu não tenho poder para traçar para ti um caminho de felicidade... desejo ajudar-te a encontrar a tua paz e crescimento. 
Sei que eu não posso salvar esse teu coração ferido pela dor, estamos unidos por ela... mas posso e desejo compreender.

Mesmo sem te conhecer estou aqui sentindo muita ternura e amizade por ti. Sei o que sentes e conheço a dor da partida de um Filho prematura em nossas vidas.

É muito sincero o meu carinho e o meu desejo. O que te ofereço é a minha oração e a compreensão nesta face de nossas vidas, para compartilharmos juntos as dores que sentimos tão em comum, a tristeza, a saudade a ausência dos Nossos Filhos Amados em nossas vidas e o nosso luto interno e eterno por eles. 

Ajudar-te a conseguir viver com Fé e Sabedoria Confiando no Poder de Deus para acalentar os nossos corações de Pais Enlutados. 

Isso será para mim a melhor recompensa...

Rejeita o pensamento: não vale a pena...  

Dedico esta postagem aos Pais Enlutados os de ontem, os de hoje e aos de amanhã...
E-mails para contato: 
"marushasantos@uol.com.br/marushavieira@hotmail.com"

    Abraços Fraternos de Márcia Santos em Especial aos Pais  Enlutados

  aos Leitores e Seguidores do Blog Mães e Filhos Elo Eterno



7 comentários:

  1. Força sempre, querida! Juliana - Manaus

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  2. amei esse blog e lindo quem fez sta de parabéns e um conforto da alma sei que a dor de uma mae e a pior do mundo passei por essa experiência terrível não desejo isso pra ninguém a perca traz ensinamento algo que não tem explicações eu sei porque sofro 6 anos depois da morte de minha filha que tantao amava sabia que tudo que amamos e por pouco tempo o meu conforto e que não tem o que não fiz nas minhas possibilidades sei que amarei ate meus últimos dias e iremos nos encontrar e o que me sustenta e meu filho mais velho que ficou tem algo pra resolvermos não sei o que obrigado por poder me expressar a minha dor e inmensa saudade sei que foi deus karla araruama

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    1. No âmbito da Tese de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde do Instituto Universitário da Maia, encontro-me a realizar um estudo sobre o processo de luto face à perda de filhos. Este trabalho procura analisar a importância da existência ou não de uma crença durante o processo de luto de um pai.
      Solicito deste modo a sua participação neste estudo através do preenchimento de um breve questionário. Todas as suas respostas são anónimas e confidenciais e destinam-se exclusivamente a serem analisadas no âmbito deste estudo.
      https://qtrial2015az1.az1.qualtrics.com/SE/?SID=SV_cLXcuuq7R8wpEfr
      Agradeço a sua colaboração. As suas respostas vão permitir uma melhor compreensão e uma melhor ajuda a pessoas em situações de perda.
      A investigadora,
      Nicole Ribeiro

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  3. tudo estava muito bem eramos nos treis em casa vendo eles crecer brigar ficar de bem eram dez anos depois da perca do pai eu numa luta costante com eles para criar sosonha com ajuda de deus numa cidade calma de são Vicente de Paula ela crescendo ele tb eu delirando d elicidades porque eram meu mundo minha vida meus filhos cada qual com sua beleza ele sempre foi mais dificio mais sempre os amei igual ela linda tudo que deus não deu em mim parecia de outro mundo meiga boa tia adoração por mim eu por ela meu sonho ver crecer fazer quize anos mais um homem em questão de segundos acabou com minha filha bêbado atropelou meus dois filhos quando cheguei na praça pra preocura saber se estavam la soube do acidente quase enloqueci cheguei ao hospital e vi meu filho bruno de olhos abertos falei com ele e minha filha não consegui ver so vi indo pra outro hospital fiquei sabendo que estava muito mal me imudeci so deus sabe como fiquei tomando remédio pra me dopar sem saber o que fazer as esperanças eram pouca mais o amor por ela era imenso mais sabia que me deixaria ainda transferida por um hospital eu junto como se fosse salvar eu com toda forca mais muda ela nem dava sinal ficou uma semana no hospital lembro quando estava muito ruim pedi os médicos se poderia trocar eu por ela botar o que faltava nela tirar de mim mais ela foi morrendo aos poucos eu me senti como se fosse uma lama nada poderia fazer pela minha filha quem sou eu nem medico poderia mais quando veio a pior noticia que morreu fiquei so meu filho se salvou me deixou foi morrar com minha mae desorientado eu como louca ate hoje pergunto como eu aguento não sou forte sei que nesse seis anos não tem um dia de minha vida que não lembro de minha filha que foi e eu fiquei disse pra deus que porque então me deu e tirou mais hoje vivo sem vontade de viver pensei em acabar com minha própria vida nossa que horror so sabe quem passa parece que vc tem um punhalno peito triste demais meu deus mae de karol e bruno carla ,argarete regino da silva rodriges

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  4. Também perdi minha filha que se chama maria Eduarda de 7anos,minha vida foi junto com ela ñ sinto mas vontade de viver .O que eu aprendi de Deus se perdeu porque só ele podia me livrar desse sofrimento sem fim e ñ fez isso .agora minha vida ñ tem mas sentindo só consigo pedir a ele que me leve também antes de eu cometer alguma besteira .

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  5. Eu também perdi minha filha agora em 01 de setembro de 2019.Apos 45 dias de ter dado a luz e deixando um neto lindo.Culpo meu genro pq ela era uma menina alegre e sadia e com 30 dias de parida soube que o marido estava traindo. Teve 3 dias de convulsões e faleceu.Eu ainda nao acredito.

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  6. Mila amor eterno minha filha só tinha 30 anos nossa a gente sempre se prepara para que os filhos nos enterre mais ter que fazer isso é muito difícil.Parece que morri tb.

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