O ELO MATERNO

O Elo Materno é a Ligação mais profunda e amorosa entre todos os elos existentes. Por isso a dor e a saudade da ausência do(a) Filho(a) que partiu doe e machuca o coração de uma mãe. Este Elo foi quebrado e como emenda-lo?
Quando nossos Filhos se vão, como continuar viver a vida? Quanto tempo precisamos para nos fortalecer? Dor e saudade será que poderemos supera-las? Existem outras pessoas que dependem de nós? O que mudou em nós? São perguntas que precisam de respostas, e só o tempo nos dará...

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

LIDANDO COM O LUTO - LUTO DIA À DIA

O Luto é um estado emocional acompanhado do sentimento de perda, dor e tristeza, inegavelmente, mais cedo ou mais tarde todos experimentarão, pois todos se defrontam com a partida de alguém querido durante a vida. Em nosso caso nossos filhos Amados e Queridos por nós.
São poucas as situações que causam tanto desconforto quanto a partida de um ser querido. Ainda que se saiba que ela é inevitável e faz parte do curso natural da vida, ao acontecer na sua casa ou no seu grupo de amigos, não há quem fique indiferente.
Quando a morte inverte o curso da vida, e um filho parti antes dos seus pais, é muito comum que as pessoas não saibam o que dizer, como lidar com a situação e muitas vezes confundem-se entre seus próprios sentimentos e temores, sem saber como agir para ajudar as pessoas que sofrem. 
São inúmeras as questões que surgem diante desta situação.




01 - O que dizer para os pais que perderam seu filho?
02 - Quando falar?
03 - Quem deve falar?
04 - O que fazer com o quarto e com os pertences do filho?
05 - É possível consolar? De que forma?
06 - Dá para falar do filho?
07 - Se não falar no nome dele é mais fácil esquecer?
08 - Quanto tempo leva para que as coisas voltem ao “normal”?
09 - O que fazer nas datas comemorativas?
10 - Como ajudar, então?
11 - Onde procurar ajuda?
12 - O que não falar?


Os primeiros momentos da perda, para muitos pais são sentidos como se estivessem num sonho ruim e daqui a pouco irão acordar. As pessoas que os conhecem, principalmente, os familiares, que também estão sentindo muito, buscam alternativas de consolo, que possam dar conta dos mais variados sentimentos. E é natural que se tente fazer algo, então se oferece medicamentos, livros e  suas denominações, orações e muitas, muitas frases de consolo: “Deus quis assim”, “era a hora dele”, “a vida continua”, “ele era um jovem especial” “ele era iluminado”, e outras nem tanto, “cada um recebe a carga que pode carregar”, “eu sei o que tu estas passando perdi minha avó”, “eu no teu lugar também morreria”, etc.
Frases como estas num primeiro momento causam estranheza, pois não se consegue pensar ainda na situação como algo real, e depois causam sensações de indignação.
Primeiro por que qualquer mãe ou pai trocaria um filho iluminado, por um filho vivo. Quando a frase invoca Deus, até os que têm mais fé se perguntam “cadê Deus que não cuidou do meu filho”, “que Deus é esse que  permite que os filhos se vão antes dos pais”. Que a vida continua todos sabem, e na mais dolorosa das dores, pensar nisso aumenta ainda mais o vazio de continuar sem a presença da pessoa amada. Comparar a perda de um filho, com qualquer outra é injusta, pois como foi falado no inicio do texto, é contra a ordem natural. Os filhos são a continuidade dos pais, que agora se encontram impossibilitados de se projetarem
neles, e sem a chance de recuperá-los. 
Em hipótese alguma queremos dizer que qualquer outra perda seja fácil ou não tenha valor. Apenas que dor não deve ser comparada, nem medida.
01 - O que dizer para os pais que perderam um filho?
Força. Conta comigo. Estou a tua disposição. Tu não esta sozinho. Em que posso ajudar. Dar um abraço carinhoso e silencioso.
02 - Quando falar?
Sempre que houver oportunidade.
03 - Quem deve falar?
Todas as pessoas que estiverem solidárias naquele momento, mas principalmente os amigos e familiares
04 - O que fazer com o quarto e com os pertences do filho?
Num primeiro momento nada. Deixar a família decidir no tempo em que eles acharem adequado. Muitas vezes os amigos querem ficar com alguma lembrança, e na maioria delas os pais não se importam em dar. Desde que se tenha intimidade suficiente com os amigos para isso. Outras vezes são os irmãos que pegam as  roupas para usar isto é notado, por muitos pais, como uma homenagem, uma forma de demonstrar carinho e permite que se fale sobre a pessoa que se foi de forma natural e real.
05 - É possível consolar? De que forma?
Uma família que  um jovem partiu é muito assediada, num primeiro momento, são os familiares, amigos, vizinhos, colegas, etc. A medida em que o tempo vai passando e as pessoas vão retomando sua rotina, “pois a vida continua” para todos, é que para os pais e familiares mais diretos, a realidade começa a se impor. As pessoas já não querem mais falar sobre o que aconteceu, como se não falando ajudasse a esquecer ou a não doer. Ao contrário de outras perdas, o tempo, no caso dos pais, no começo não é um bom aliado, e quanto mais os dias vão passando, mais aguda fica a dor da realidade. O tempo cronológico de perda não é o mesmo da assimilação. Dói ver a rotina sem o filho. A vida não é mais a mesma, ela não continua, ela recomeçou sem aquela pessoa, e com uma história interrompida. Nada é igual a família modifica, falta um prato na mesa, tem alguém que não entra mais pela porta dizendo “família cheguei”, ou “mãe, pai sou eu”, ou ainda “o que tem para comer”. Não se escuta mais o mesmo barulho na casa, a chave abrindo a porta de madrugada, nem o mesmo entra sai de amigos, não há mais musica alta, nem folia, computador e telefone ocupados o tempo todo, festa todo o final de semana ou porta de quarto fechada cheirando a segredo.
É esta a realidade que machuca. É essa realidade que só se instala na casa e na vida de quem perdeu. Para os pais dói ir ao supermercado e não comprar aquilo que estavam acostumados a fazer automaticamente, as coisas preferidas do filho. Dói colocar na mesa a comida que ele amava comer, fazer o caminho do colégio, chegar à hora do almoço. Anoitecer. Sim são estes os detalhes mais delicados de se lidar, e que passam despercebidos por quem não compartilha a rotina.
Consolar talvez não seja o mais adequado, sugiro agüentar a dor do amigo, deixá-lo falar, respeitar seu silêncio, seu tempo. Não há consolo para esta situação. É necessário disponibilidade para estar perto sem ser invasivo, sem exigir uma reação imediata.
06 - Dá para falar do filho?
Sempre que as pessoas da família se mostrarem dispostas a isso. Pois nem todos têm facilidade para tocar no  assunto a qualquer momento. Outros gostam de falar no filho como se ele estivesse presente, e está, no seu coração. Outros não gostam ou naquele momento não querem falar. É preciso sensibilidade e sutileza diante desta situação.
07 - Se não falar no nome dele é mais fácil esquecer?
Os pais não esquecem. Talvez seja complicado para as pessoas que estão de fora tocar no assunto. Por isso deve se respeitar o momento de cada um. E até mesmo perguntar se quer falar no assunto ou não, o que não pode é fazer que nada aconteceu, como se a pessoa não tivesse existido ou que esta tudo bem.
08 - Quanto tempo leva para que as coisas voltem ao “normal”?
A normalidade almejada ou esperada e que se tinha antes, não existe mais. Um pai ou mãe esquecer seu filho, é improvável. O que acontece é um aprender lento a viver sem a presença do filho. É um aprender a lidar com a saudade, com os dias sem ele, com a datas comemorativas, num tempo que é singular. É necessário que se respeite a nova configuração familiar, o tempo de cada um, e as modificações que vão ocorrendo nas pessoas.
09 - O que fazer nas datas comemorativas?
Os pais que perdem um filho perdem também a motivação e a empolgação para comemorar qualquer data. O seu conceito sobre comemorações, felicitações, bem como o seu ânimo para festas fica alterado. O conceito de felicidade modifica. Passa-se a reconhecer os momentos felizes, e estes são muito diferentes do que já foi um dia. Não é mais a mesma coisa comemorar um ano novo, dia das mães, dos pais, aniversário, natal, etc. É claro que se comemora, que se sente alegria, mas falta um pedaço, nada mais é completo e por mais que se tente, falta uma pessoa importante, amada e que não é esquecida.
O convite dos amigos e familiares é sempre bem vindo, desde que não seja uma imposição, que não se exija felicidade plena, alegria transbordante ou o mesmo comportamento de antes. Desde que não se negue que o amigo convidado perdeu um filho e se possa lidar com isso de forma natural.
10 - Como ajudar, então?
Colocando-se a disposição. Dando o tempo necessário para que as pessoas retomem suas vidas. Ligando às vezes para saber como estão, se precisam de alguma coisa, se querem conversar, receber visita ou visitar. Respeitando seus altos e baixos. Não exigindo que reajam como se o que aconteceu fosse um evento banal “já passaram três meses, a vida continua, tem que reagir”. A memória é atemporal. Quando a lembrança volta, não importa o tempo que passou, parece que foi hoje. Falando quando se permitir falar e ouvindo sempre que for necessário. Não passando a mão pela cabeça como se o sofrimento fosse a única coisa que lhes resta. Mas apontando saídas, não duvidando da dor, mas dizendo que é sim possível se reconstruir a vida, diferente daquela que existiu, mas nem por isso pior. Exercendo a capacidade de acolhimento e não de pena. Tratando as pessoas não como doentes, elas não estão doentes, estão aprendendo a viver sem o filho.
Colocando-se no lugar dessas pessoas, por mais difícil e assustador que possa parecer, e se perguntado o que me ajudaria nesta situação?!
Cada pessoa reage diante de uma situação traumatizante, de acordo com a sua estrutura psíquica.
Contar com uma rede de apoio saudável é muito importante. Ter espaço para expor seus sentimentos é fundamental para que se estabeleçam as mudanças que são inerentes à perda.
Mudança de valores, de hábitos, de conceitos, de interesses, etc.
11 - Onde procurar ajuda?
Muitos pais são levados a psiquiatras, padres, centro espíritas, psicólogos, igrejas etc. No intuito de que algo seja feito de imediato. É claro que alguns cuidados são necessários e imediatos, cuidados com a alimentação, com o sono, com a tristeza que pode evoluir para depressão. Porém é necessário que se respeite o jeito de cada um de lidar com a situação, pois nem todas gostam de utilizar medicamentos e estes devem ser usados com orientação médica e com cautela. Luto não é doença e a dor que ele traz não cura com analgésico. À vontade de morrer é diferente do risco de se matar, e um profissional capacitado deverá saber diferenciar estes sentimentos.
A procura por um pastor, padre ou centro espírita, pode ser sugerida e jamais imposta, deve se respeitar à fé de cada um e até mesmo a falta dela.
Os psicólogos e médicos que irão trabalhar com pais, devem saber que estão diante de um tipo de luto muito particular, e que pode não responder da mesma forma que os outros tipos, em hipótese alguma, dizemos que será pior, porém com outras características e tempo de reação.
12 - O que não falar?
Não importa a forma como o filho partiu, se foi em acidente, em um assalto, por doença, etc. Falar sobre o assunto é muito delicado. Relatar fatos e detalhes só para satisfazer a curiosidade de quem pergunta é muito dolorido. Os questionamentos sobre os detalhes do que aconteceu, talvez sejam os mais inconvenientes e os que mais machucam os pais, principalmente quando parte de pessoas com as quais não se tem intimidade, nem amizade e muitas vezes nem contato. Essa situação só pode ser pior, nos momentos em que estas mesmas pessoas vem querer contar algum detalhe desconhecido, ou algum fato chocante relacionado ao ocorrido. Duvida-se até das intenções dessas pessoas. Será que estão mesmo a fim de ajudar? Será que querem apenas saber qual a reação, o grau de comoção, ou será que lhes faz bem a tristeza do outro?
Então, antes de perguntar aos pais algum detalhe sobre o acontecido, sugiro que se pense para que vai lhe servir esta informação, se for simplesmente para satisfazer a sua curiosidade, talvez seja melhor conter-se e não perguntar; se for para ajudar a esclarecer alguma dúvida ou para contribuir com alguma colocação coerente para clarear algum fato, que se faça com sutileza e respeito.


ORAÇÃO AS FAMÍLIAS QUE SEUS FILHOS PARTIRAM           PREMATURAMENTE
Aos queridos pais enlutos este pode ser um momento para aprofundar a nossa compreensão da vida em oração, meditação e recolhimento. Caminhar ou passar algum tempo em ambientes naturais e tranqüilos pode tornar-nos conscientes da natureza mutável da Presença de Deus de muitas coisas. Ou você pode querer visitar algum  local de devoção particular, igreja de sua preferência ou realizar um retiro.

Pai Eterno, Deus todo Poderosos e Grande em misericórdia, em Nome do Senhor Jesus Cristo teu Filho Amado peço o teu Amparo, o Teu Consolo o Teu Amor por estas famílias.
Não podemos ver como Tu olhas, Senhor. Seus desígnios são grande mistério para o nosso conhecimento humano. A dor impede a razão, em nossos corações só há tristeza, estamos em luto pelos nosso filhos queridos que partiram de nossa vida prematuramente de uma forma inesperada.
Somos Mães e Pais que ficamos sem os nossos  filhos queridos e estimados , a dor em nossos corações é tal que não se pode imaginar...
Senhor que sejam levantadas pessoas ajudadoras, que possam auxiliá-las de perto, com abraços, palavras, orações estas famílias.
Tentes misericórdia de nosso corações e mentes pois as vezes é difícil compreender o teu querer.
Guarde-nos Senhor da dor intensa que toma conta dos nossos corações, das saudades e das tristezas. Protegei estas famílias e à minha em Nome do Senhor Jesus Cristo. "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo,à  sombra do Onipotente descansará"

LUTO DIA À DIA - Hoje completa seis meses que meu Filhote partiu, a minha vida continua e tudo ao meu redor está completamente vazio, sem vida, busco forças em Deus e acredito que Ele move o meu corpo físico e o meu espírito por Misericórdia da minha Filhota Raquel (Kekel) que precisa de uma mãe ao seu lado, que precisa ser amada muito mais que antes.
A Raquel, minha (Kekel) sabe o quanto sinto saudades, ela perceber como dói e o tamanho da tristeza que está em mim, o tempo todo ela me abraça, me beija e fala que me ama, da mesma forma do Teteu,  palavras que eu ouvia do Mateus, desta forma ambas se consolam uma na outra, em seus gestos de ternura e carinho eu me envolvo e tento retribuir apesar da dor. 
Incrível, ela só tem 10 anos e entende tudo, o meu olhar, o meu falar o meu sentir, sei que ela sente falta do irmão, eles eram companheiros e cúmplices em tudo, Mateus tratava a Raquel com grande amor, carinho e afeto, ele demonstrou este amor deste no dia que ela nasceu, no dia em que partiu ficou notório. 
Percebo que minha Filhota não quer que eu sinta ou viva sem os beijos e os abraços do meu Filhote Mateus (Teteu), motivo pelo qual dobrou os beijos e os abraços e frase: "mamãe eu te amo", ao seu modo ela tenta trazer a presença do irmão em minha vida, fazendo os mesmos gestos de ternura e carinho. 
Meu Deus! O que passamos juntos, deste que tudo aconteceu no dia 20 de Novembro de 2010 só o Senhor é nossa testemunha viva.

As buscas decorreram em quatros dias, sábado, domingo, segunda e terça. Na segunda feira a Raquel falou: "mamãe eu quero ir procurar o Teteu", perguntei a ela porque, ela me respondeu: "eu preciso ir ", falei com meu esposo, perguntamos à ela se era isto que realmente queria,  ela respondeu: "sim".  Pensamos que seria o melhor para que no futuro ela não se revolta-se por não termos deixando-a participar do resgate do irmão.
Quando chegamos no local as pessoas ficaram surpresas por vê-la, afinal era a única criança entre os adultos. Muitas pessoas vieram falar, que não era uma boa ideia, que não era bom, pois se o corpo fosse encontrado sabe Deus de que forma, ficaria uma imagem ruim em suas lembranças. Como seres humanos realmente não entendemos nada do "Agir de Deus", as vezes o que falamos só serve para piora e não para aliviar uma determinada situação.
Os bombeiros como sempre  trabalharam no lago o tempo todo e a nossa atenção era para o que eles estavam fazendo, as vezes eu olhava para Raquel que não estava ao meu lado ia procura-la e por várias vezes ela estava gesticulando e falando sozinha eu perguntava: "com quem você está falando", ela me dava um sorriso e ficava por isso mesmo, teve um momento que choveu, peguei o guarda-chuva e fui atrás dela, abracei-a, ela olhou para atrás eu perguntei: "o que foi Kel", ela respondeu: "nada mamãe só estou vendo se tem alguém conosco"
Neste dia o Mateus (Teteu) não foi resgatado, porém a Raquel (Kekel) falou para mim; "mamãe  o Teteu está naquele lugar eles precisam ir pra lá", fiquei  pasma olhando para ela, como já era tarde e as buscas estavam cessando mesmo comentando com Tenente Renato ele falou que só poderia fazer pela manhã como ponto de partida. Na terça feira o Mateus foi encontrado no local que Raquel apontará no lago.
Após o velório e o sepultamento na quinta feira,  a Raquel (Kekel) me viu chorando na sexta feira com uma crise desesperadora, ela veio e sentou-se ao meu lado na cama me abraçando e perguntou: "Mamãe você acredita em anjos"eu respondi que "Sim". Então ela me falou "Mamãe havia muitos anjos no lago que e voavam em roda onde o Teteu estava, o céu tinha vários anjos e um deles veio até a mim , sem tocar no chão , balançando sia asa devagarinho, ele falou que tinha uma mensagem do Teteu, que ele estava bem e não queria que eu, você e o papai chorasse, que não era para ninguém chorar, que nós tínhamos que continuar, e que tudo estava bem, o anjo ficou o tempo todo comigo. Você não viu ele comigo mamãe?, respondi a ela: "Não, a mamãe não percebeu a presenças deles no lago", ela continuou dizendo: "Ele falava muitas coisas boas, e repetia sempre que não precisava chorar que o Mateus estava bem, que nós não iríamos vê-lo, mas que ele estaria sempre ao nosso lado"

Depois da revelação da Raquel eu comecei a relembrar que nenhum momento ela chorou nem antes e nem depois apesar dos seis meses de luto ela não chorou e sempre fala: "O Teteu está bem e não quer que ninguém chore". Ao me ver chorando de saudades e de dor ela diz: "Mamãe o Teteu pediu para senhora não chorar, ele está do seu lado o tempo todo". Enxuguei as lágrimas por me lembra que ele sempre falava: "Engoli o choro Raquel", ao ver a irmã chorando por uma determinada situação, quantos nos conversávamos eu dizia que estava com vontade de chora devido alguma situação desconfortante no trabalho, as lágrimas desciam em silêncio, ele me abraçava  forte e dizia: "Mãe não Chora",  o Teteu  eu sei disso, ele não gostava de nos ver chorando por nada, ele passava a sua força, a sua energia e a sua confiança para nós.
Nos dias que se passam, fico pensando no amor do Teteu mesmo após a sua partida ele nos enviou consolo e conforto, afirmando que estará sempre conosco, e que tudo estava bem, às vezes eu percebo a sua presença tão forte em momentos de choro pela saudade, pela sua ausência, ao fechar os olhos e pedi para Deus me ajudar neste momento de saudade do meu Filhote, onde as lembranças vem e vão, ouço sua voz tão nítida: "mãe não chora, caminha", permaneço com meu olhos fechados para senti-lo um pouco mais, até que a dor e o choro desesperador se vão ou se amenizem, meu coração recebe uma brisa suave de consolo e conforto, até a próxima aflição.
Em cada segundos, minutos, horas, dias, semanas e meses eu vou vivendo o Luto Interno pelo meu Filhote Amado Mateus, acredito que os "pais enlutados pelos seus filhos que partiram prematuramente de suas vidas", vivam da mesma forma, não temos como conter o momento do choro, das lembranças, da dor, da saudade e da tristeza, somos pais, estamos com o coração sangrando, com uma saudade tão intensa e profunda, com uma tristeza gigantesca dentro de nós que nos sufocar, com olhos esperançosos para vê-los novamente, com mil perguntas sem respostas, somente Deus para nos amparar nestes momentos saudosos.
Muitas vezes esqueço de agradecer à Deus por ter enviado seus anjos para cuidar do corpo do meu filho durante o tempo que ficou no fundo do lago, para cuidar da minha filha Raquel no momento que minha atenção estava totalmente voltada para o meu filho, acreditando que um milagre aconteceria há qualquer momento, que o Mateus seria achado com vida, perdido na mata próxima ao lago. E mesmo seu corpo sendo resgatado ao contrários do que as pessoas diziam que estaria inchado, roxo,  faltando partes do corpo devido o estado de pudreficação pelo tempo que ficou no fundo do lago os peixes comeriam parte dos dedos das mãos  ou dos pés, enfim coisas horrendas.
Os anjos de Deus estavam com certeza no lago cuidando do corpo do meu Filhote, ele foi resgatado em perfeito estado, estava normal como eu havia visto pela última vez, seu semblante estava suave, seus olhos estavam fechados, a cor da sua pele branca como sempre com as bochechas coradas. Meu esposo pediu aos técnicos da perícia que tivessem cuidado ao transportá-lo do lago para dentro do sacóstomo para levá-lo ao instituto médico legal, seu corpo estava móvel nada estava rígido, os dedos das mãos e pés estavam perfeitos, nada e nem ninguém tocou no meu Filhote até aquele, somente a Mão Deus para levá-lo consigo para o Lar Eterno.
Esqueço de agradecê-lo por contrariar as pessoas que falaram coisas horrendas naqueles dias de buscas e das coisas que ainda não chegaram ao meu conhecimento. Apesar da dor eu sei que o Senhor Deus devolveu o corpo do meu Filhote intacto para mim, o sopro de vida não estava mais ali, porque Deus tomou para si, por amá-lo tanto e ver em meu Filhote a sua pureza e bondade de coração. 
As vezes questiono Deus: porque não foi eu?  Daria minha vida em troca dos meus Filhotes em qualquer situação, eu já vivi tudo o que tinha para viver nos meus quarenta e dois anos. 
O Mateus e Raquel se conformariam, aceitaria o que é normal do ciclo da vida, mas se estou aqui é porque me falta alguma coisa para me tornar pura e bondosa como o meu Filhote aos olhos de Deus, a sua posição diante de Deus era de pureza e naquele momento Deus o tomou para si...
Eu acredito na minha Filhota, no que ela revelou a mim, não tenho como duvidar, nunca falamos nada sobre anjos e nem da forma como eles agem e como são no meio de nós, não há invenção, ela sempre fala da mesma forma e usa sempre as mesmas palavras.
Eu acredito no anjo de Deus que esteve com ela o tempo a confortando durante toda aquela segunda feira, eu olhava para ela falando sozinha, gesticulando com as mãos e as vezes rindo, na minha aflição não pude enxergar nada além da minha dor, e sei que Deus tem me dado força para continuar ainda que eu não perceba ou sinta devido a intensidade da dor pela partida do meu Filhote Mateus tão inesperada, para nós, naquele dia que seria mais um dia de lazer em família.

Eu acredito que o Mateus não sofreu, ele não se desesperou, não havia sinal de desespero, só de paz...
Eu acredito que estou temporariamente separada do meu Filhote no estado físico, para viver ao seu lado toda uma eternidade espiritual.
Eu acredito nas misericórdias do Amor do Senhor através do  Seu Espírito para me amparar e me confortar emocionalmente, psicologicamente e espiritualmente até os momentos finais de minha existência física.
Eu acredito que seremos sobreviventes do luto, da dor, da saudade, da ausência de sua presença em nossa família...
Eu acredito no Amor de Deus para com os Pais Enlutados pelos seus Filhotes Amados.... Eu acredito, eu preciso acreditar, eu vou acreditar.

Homenagem da minha filhota querida Magda aos 5 meses da partida do nosso Teteu - Compartilho com os pais enlutados este louvor, porque sabemos que o melhor de Deus para nós, nem sempre é o que esperamos ou desejamos ser.
Este vídeo foi feito pela minha filhota do coração Magda para meu filhote amado Mateus expressando a dor gigantesca que imundou a nossa vida, a ausência que  invadiu o nosso ser, e a tristeza por não vê-lo em nosso meio.
Durante alguns anos Mag e Teteu conviveram junto, quando moravámos na zona leste, entre os dez aos doze anos, ambos tinham mesma idade na época. Os momentos que eles viveram juntos  e maneira como viveram e se respeitavam, as alegrias, as emoções, os segredos, a cumplicidade junto com Branqueellooo, como ela o chamava estarão eternamente  guardados em seu coração. 
Como mãe sei que, se o meu Filhote estivesse fisicamente em nosso meio, ele do seu jeito, da sua forma de ser diria: " Ai sim, valeu Loiriiinhaa"


CantoraSimone Rosa    Música: "chegou a hora de partir"




             
                  

   










Dedico esta postagem a todos os pais enlutados saudosos pelos seus filhotes amados...

Abraços fraternos de Márcia Santos à todos o Seguidores e Leitores em Especial aos Pais Enlutados, que a Grandeza do Amor de Deus nos envolva para amenizar a nossa dor e saudade                       
Email para contato: "marushasantos@uol.com.br/marushavieira@hotmail.com"
                                   
   




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