20 DE ABRIL DE 2023 - Como o tempo passou? Mas mesmo assim ainda consigo falar sobre a dor que sentimos., dor que é somente nossa, e que carregamos dentro de nós. Aquela que somente o coração sente na sua intensidade mais profunda e na dimensão sem limites (..) Não é simples falar de dor sobre uma perda um ente querido. Nunca foi e jamais será. Claro, que sabemos que todos nós temos uma tendência a dores físicas que sentimos quando algo não corre bem em nosso corpo, mas está podemos monitorar, cada um ao seu modo.
Uma dor física pode ser um indício de que precisamos tomar mais cuidado com a saúde. Ainda que seja uma simples enxaqueca, apesar de tomarmos um analgésico e após algum tempo ela passou.
Mas a dor emocional, que se denomina dor psicológica que é incitada por experiências danosa devido a uma grande perda de alguém próximo, que nos causa momentos tão traumáticos, é muito difícil deixar o que passou para trás.
Lembramos constantemente da perda e com ela os momentos que vivemos ao lado do ente querido sejam felizes ou ruins, tudo vem a tona com a mesma intensidade e frequência.
É exatamente os que chamamos de feridas, que são difíceis de curar e quando aparentemente se curam, ficam cicatrizes que muitas vezes entre um momento e outro começam sagrar ainda que levemente.
Elas não respeitam o tempo que já se passou. Isto porque o verdadeiro amor que sentimos por um ente amado que partiu também não acabou, continua com a maior intensidade. E cada um sabe do seu amor, da sua dor e das suas lembranças. A dor é a mesma que sentimos, embora algumas são mais profundas dos que outras.
Eu entendo que para este tipo de dor não há remédios ou tratamentos psicológicos ou terapêuticos que ajudem a passar, teoricamente não há meios que possam sanar uma dor tão interna provocada pela ausência de quem ainda amamos.
Dor que só o coração sente. Como inibir o Amor que sentimos? Alguém consegue me explicar? Como não amar um Filho? Este é o tipo de Amor Sublime que é para toda a vida (...) Logo a dor é para a vida toda, ainda que, com o passar do tempo ela se torne leve.
A dor que pais enlutados sente pelos seu filhos que partiram é superestimada. Pois nada, tem valor maior que a vida do Filho que partiu, vida que não tem preço, desta forma, dinheiro algum pode comprar para trazer-la de volta.
Sempre exteriorizei que o primeiro momento do qual temos a certeza que perdemos e que nada que façamos irá mudar o ocorrido é dilacerador ao coração de qualquer mãe ou pai que ame verdadeiramente seu(ua) filho(a). É um turbilhão de sentimentos que afloram, fazendo com que a alma se contorce, revolve, chora, berra e geme em lamentos surdos, que tomam o corpo.
A dor da perda não tem som, mas tem voz, que invade o âmago do ser silenciosamente e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo, contudo o coração é o que mais sofre.
Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido; Tudo perde o valor o sentido e o brilho da vida que antes reluzia formas e cores.
Os olhos olham, mas nada vêem, os ouvidos ouvem, sem nada ouvir, os braços caem, sem nada sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreensão ou de entendimento que possam acalentar o coração sangrento.
O segundo momento em meio a tanta dor é entender o que muitos entendem por apego as coisas materiais. Mas será que se chamar de apego ou perder pela segunda vez? Como
é difícil desfazer das coisas que pertenceram aos nossos filhos, das roupas,
dos calçados, dos objetos pessoais, enfim de tudo que foram do uso deles
ao longo dos anos de existência em nosso meio.
Dos objetos que tinham vida, que exalavam alegria, por pertencer a eles. Como desfazer? É como estar vendo eles partindo pela segunda vez de nossas vidas. A dor não cede, não acalma, não dá trégua (...)
Sabe o tsunami, que vem como uma onda gigante levando e destruindo tudo que ver pela frente, como um furação que envolve com sua fúria e remove tudo do seu lugar muitas vezes arrancando a própria raiz e a estrutura de cada objeto que voam a céu adentro ou como um terremoto causa abalos e rachaduras no solo, causando desequilíbrio em tudo que atinge, e quando se vão não sabemos a dimensão da destruição que causaram, é assim, deste modo que a dor da perda faz em nossas vidas.
E, como tudo isto não basta, vem as lágrimas que no silencio escorrem dos nossos olhos em forma de saudade, saudade que dói, que aperta e esmaga lentamente. Então sabemos que embora os nossos filhos não estão presentes, que de uma forma muito doída iremos continuar amar-los por toda a nossa vida, pois o nosso Amor é Incondicional.
Desejo que todos os pais Enlutados pelos seu Filhos Amados; "Sejam fortalecidos com todo o Poder, segundo a maravilhosa Força da Glória de Deus, para que, com alegria tenhais absoluta constância e firmeza de ânimo para o tão esperando Reencontro" - Colossenses 1:11.
"O Senhor te abençoe e te guarde; faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz hoje e sempre"- Números 6:24 ao 26.
ABRAÇOS FRATERNOS DE MÁRCIA SANTOS E FAMÍLIA AOS SEGUIDORES E LEITORES EM ESPECIAL AOS PAIS ENLUTADOS